Vacina é a única forma de prevenção contra sarampo

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Sarampo volta a preocupar o Brasil

Vírus erradicado do Brasil há quase 20 anos volta a matar. Entre os motivos, está à diminuição de adesão da vacina, disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde espalhados no Brasil.

Para enfrentar a queda das coberturas vacinais, o Ministério da Saúde tem atuado com o Movimento Vacina Brasil, que inclui ações como incentivo para que os municípios estendam o horário de funcionamento das unidades básicas de saúde e reforcem a vacinação nas fronteiras.


Entre os dias 16 e 27 de setembro, o ministério fará uma ação para vacinação contra o sarampo e a febre amarela nessas áreas. Outra frente da pasta é a promoção de pesquisas para entender as causas da redução das coberturas de vacinação e a percepção social da imunização.


Com 2,3 mil casos confirmados de sarampo nos últimos três meses, o Brasil vive um surto da doença. O epicentro da epidemia está localizado no estado de São Paulo, onde foram confirmados mortes e 2.299 casos – 98% do total.


Em seguida vêm Rio de Janeiro (12), Pernambuco (5), Santa Catarina (4) e Distrito Federal (3), além de oito estados com um caso cada: Bahia, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe, Goiás e Piauí.
Diante da evolução do surto no país, o Ministério da Saúde anunciou esta semana a aquisição de mais 18,7 milhões de doses de vacina contra o sarampo. O governo tem intensificado a imunização com foco em crianças de até 1 ano e adultos jovens.


Neste mês, o governo anunciou ainda uma nova recomendação para imunização de crianças. No intuito de conter o avanço da doença, o Ministério da Saúde recomenda que crianças entre seis meses e 1 ano recebam uma dose extra da vacina, com uma imunização denominada “dose zero”. A iniciativa visa a diminuir a incidência nesta faixa etária – grupo com maior presença proporcional de casos, com 38,3 em cada 100 mil habitantes, contra uma média geral de 4,10 em cada 100 mil habitantes.


A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a doença que é mais comum em crianças, mas que também acomete adultos, e se não tratada, pode levar o paciente à morte. “Vacinar crianças e adultos é uma causa de saúde pública, não só individual, mas também de toda a população que hoje está livre de doenças pelas diversas campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde”, explica Denize Ornelas, médica de família e comunidade, diretora da SBMFC.


O sarampo pode ser prevenido com três tipos de vacinas diferentes: a Dupla Viral (SR), com proteção contra o sarampo e a rubéola; a tríplice-viral (SCR), que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e a tetraviral que protege contra essas três, mais a varicela, conhecida como catapora (SCR-V).

Mudanças no calendário vacinal

O calendário e o período de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola sofreram alterações desde o início das campanhas de vacinação na década de 70. “Então, de acordo com a faixa de idade, é recomendado diferentes esquemas de proteção com vacinas.


Uma parte dos adolescentes já tomou a vacina contra sarampo em duas doses quando crianças (uma dose com 12 meses e a segunda com quatro anos). Muitas pessoas entre 20 e 29 anos, tomaram uma dose única do esquema anterior e é preciso completar a vacinação com a segunda dose.


Em pessoas com mais de 30 anos, é frequente os que não receberam nenhuma dose da vacina, devendo tomar as duas doses com intervalo mínimo de 30 dias.

 

Carteira de vacinação

Todas as informações devem estar na carteira de vacinação que deve ser levada a UBS para conferência e indicação da melhor forma de completar a imunização. A carteira de vacinas é um documento extremamente importante e precisa ser conservado a vida toda.


Qualquer dúvida sobre a vacina contra o sarampo e outras, pode ser sanada nas Unidades Básicas de Saúde de todo o país.

 

Mitos e verdades do sarampo:

1. A vacina provoca Autismo. MITO A vacina é segura e não apresenta riscos de desenvolvimento de autismo. Entre os efeitos colaterais mais comuns da tetraviral (SRC-V), está a febre que acontece em até 15% dos vacinados, mas é reação considerada normal até 12 dias após a aplicação.

2. A vacina previne só o indivíduo. MITO. A vacinação é a única forma de prevenção para evitar surtos e epidemias pois quanto mais indivíduos vacinados, menos chance de circulação entre os humanos. Transmitida pelas gotículas da saliva por tosse e também espirros. Crianças e pessoas não vacinadas estão suscetíveis.

3. Ambientes fechados são mais propícios para contaminação. VERDADE. Em temperaturas baixas, é comum a população deixar lugares fechados, mesmo com fluxo alto de pessoas, como ônibus, igrejas, lojas, escolas e hospitais. É imprescindível deixar janelas e portas abertas para evitar outras doenças, além do sarampo, como a caxumba.

4. O esquema de proteção vacinal é feito apenas em clínicas particulares. MITO. Todas as vacinas estão disponíveis pelo Ministério da Saúde gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde. Quando criança, a vacina deve ser aplicada em duas doses: a primeira dose é feita aos 12 meses de idade com a vacina da Tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola e a segunda, dos 15 meses até aos 12 anos. No Brasil, a segunda dose é feita com a tetraviral, que também incluía a proteção contra varicela. Quando não realizada na infância, a segunda dose pode ser aplicada na adolescência e na vida adulta com a mesma tríplice viral SCR. O ideal verificar a necessidade de se vacinar, independentemente da idade.

5. O país está livre do sarampo e não existe risco de epidemias. MITO. A partir da década de 90, com a efetividade da distribuição da vacina em todo o território nacional, o país ficou livre da doença. Porém, com a chegada de imigrantes não vacinados, a queda de cobertura vacinal entre os brasileiros por falta de vacina e aumento dos grupos de pais resistentes ao procedimento, temos muitas crianças e adolescentes que podem desenvolver a doença e o vírus passa a circular, provocando alguns surtos isolados, visto tratar-se de vírus ser altamente contagioso. Se os surtos não são bloqueados a tempo com a vacinação, podem provocar uma epidemia mais grave. Além disso, é possível que nem todas as Unidades Básicas tenham a vacina disponível aumentando o risco de surto.

6. Grupos de risco devem ser prioritariamente vacinados. VERDADE. As populações mais vulneráveis ao sarampo são aquelas que vivem e atuam profissionalmente em locais de grande circulação de pessoas em fase migratória, como portos e aeroportos, pois nem todos os países garantem um sistema e controle vacinal como o Brasil, que tem um dos melhores calendários e esquemas de distribuição vacinal do mundo. Os profissionais de saúde também devem manter sua vacinação em dia.

7. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com a gripe. VERDADE. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, mal estar e corrimento nasal, que são seguidos de manchas vermelhas no corpo, que duram aproximadamente três dias. Essas manchas são os principais indícios de contaminação do vírus. Em casos mais graves, a criança ou pessoa pode ter infecção nos ouvidos e desenvolver pneumonia. Convulsão também pode acontecer.


Para consulta das referências: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/pni/.

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